terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Dons

... Mas uma vez retomo esses escritos e essas linhas que parecem nunca chegar a uma conclusão... Escutando Caetano , com o peito apertado e um calor na alma, uma febre! Interessante que hoje parei e me deparei com outro questionamento, os “dons são voláteis”, ouvi tal frase num filme e concordei. Os dons, facilidades, pré-disposições, dependendo das escolhas que tomamos podem simplesmente desaparecer. Assustador, não?! O modo como aproveitamos nossas habilidades é que definirá se cresceremos com elas ou nada a mais acontecerá.. Sinto-me serena, quando estou mergulhada em mim mesma,ou quando pareço flutuar sobre os acontecimentos de minha vida... Sinto uma calma que se apodera do meu “eu”, mesmo nas maiores provações ou desapontamentos... Pairar sobre a dor, vendo tudo distante, de longe... O tom de minha voz se altera e sou possuída por algo que não compreendo. Tenho uma certeza: minha existência se fez deslocada. Quanto eu queria ter nascido nos anos 40, 50... Quanto eu queria ter vivido intensamente os anos dourados de efervescência cultural... Queria ter sido hippie, tropicalista, joaogilbertiana, bossanovista, iê iê iê... Queria ter ido a várias “festas de arromba” com o pessoal da Jovem Guarda, participado dos Festivais de Música Popular da Record... Queria ter tomado aguardente com Vinicius, Tom ou um Chopp em Copacabana com Caetano, Bethania, Gal, Gil... Queria ter-me apaixonado por Chico Buarque, mesmo sabendo que meu amor seria, definitivamente, Caetano... Barulho, carros(fuscas), movimentos, boates, vida acontecendo, historia se formando... Jorge Ben, Rita Lee, Cazuza... Samba, partido-alto, Bossa, Jazz, MPB, Tropicália... Hummm... Não acredito, e é difícil me conformar que nasci em uma época em que o funk é moda e Fresno ocupa quase toda a programação da MTV. Besteirol!!!
A música me acalma, preenche, alegra, transporta... Encontro-me perdida num vasto mundo que não me convence... Essa minha mortífera insônia de sentimentos... Estou num retiro existencial, concentrada em meu interior, tendo minhas emoções ampliadas, propagadas! A vida pode ser doce! Apenas o que tenho verdadeiramente são sentimentos e um pouco de conhecimento... Meu amor infinito e gratidão eterna... Meu olhar tristonho e desajeitado... Um coração grande, magoado... Ouvidos atentos, porém cansados de “qualquer coisa”... Ah, um banho de chuva agora, purificante, revitalizante, com pingos fortes, doendo em meu corpo como se eu buscasse a redenção... Propósito? Desconheço.
Obrigada Deus, por Caetano existir...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Novo Mundo Velho

Digamos que considero este, início público de meus escritos, um marco em um novo ciclo que se inicia. Não porque estamos às vésperas de um “ano novo”, que parece sempre manter certas “mesmices” quando se vive em lugares fechados para o mundo. Já pensou em tal hipótese? Um lugar fechado para o mundo, cercado com seu falso e exarcebado moralismo, preso culturalmente e escravizador de sua população mesquinha e pequena(mentalmente). Nascer num lugar assim não podia ser fácil. Desafiá-lo então, requer fugir dos padrões e moldes “corriqueiros” e sofrer amargas reprovações. Não que se busque ou necessite de aceitação, mas a reciprocidade faz falta. A princípio falo de uma maneira genérica, admito, mas para esse “primeiro encontro” me atenho a tal. Deixemos que o por vir traga seus ventos aliviantes, que novas conversas e histórias sobre músicas, noites e tardes insanas, beijos calorosos e muita magia, transcendÊncia…
De pronto, só evoco as bençãos dos meus profetas maiores e inspiradores, de quem tanto falarei em outros textos… Benção e viva a Caetano, Bethânia, Gal, Chico, Gil…
Sejam bem-vindos ao Novo mundo Velho! Pairemos em torno das décadas douradas, através de meu ser, uma tripulante perdida no tempo e espaço…

Aos Des-avisados e Des-sabidos

Então…
Não é para qualquer um que as palavras permitem um pouco de intimidade.
Pelo contrário é preciso muito complacência com o mundo, acontecimentos e exercício rotineiros com humanos a fim de conseguir a autorização e total controle sobre o alfabeto bem ovacionado e cravado no papel, inclusive o virtual.
Longe de ser um Divã, este espaço será tido apenas como perfeito informante de um potencial além do imaginário. O meio bane, mas o ar cibernético ecoa e transgride.
Braços abertos à redenção de um meio que é todo teu e, o qual, a teu favor, propagará o sucesso feroz. Pensamentos garrados e dentuços.
Palavras mucosas, híbridas….. um prazer linearmente anatômico. Musa e Deusa do bem-dizer.
Seja muito bem vinda, mostre-se, pois evocam-emo-la.

Música Musa Híbrida – Caetano Veloso